quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Informatica Educacional



A Internet e o Papel do Professor







A Internet já está na escola. Quer seja por influência de programas governamentais, pela iniciativa dos professores ou pela curiosidade dos alunos, ela é uma presença incontornável para o professor. Contudo, a sua integração nas actividades lectivas está longe de ser algo simples. De facto, embora seja reconhecido que a procura de informação na Internet pode fomentar nos jovens “a exploração, análise, síntese e integração” (Pugalee e Robinson, 1998, p. 79), ela não garante só por si mais e melhor aprendizagem: o papel do professor é fundamental. No entanto, esse papel muda, substancialmente, na medida em que o professor deixa de ser a única (ou primária) fonte de saber na aula, passando a ter uma função fundamental na criação de tarefas, problemas e questões que desafiem e apoiem o aluno (idem). Por outro lado, a complexidade da sua acção revela-se também ao orientar as aprendizagens em contextos em que, pela natureza do recurso em causa, não é possível exercer um controlo elevado.
O tipo de interação que se estabelece com a fonte de informação ou de saber é, muito diversa dos materiais tradicionais, como o livro, por exemplo. No período anterior à Sociedade de Informação a lógica linear prevalecente, até mesmo na estruturação da aprendizagem, era a do princípio, meio e fim (Marques, 1998). Com o surgimento da Internet surge uma outra lógica: um pensamento por possibilidades que segue “o caminho de uma malha, determinada não pela fonte da informação mas pelo utilizador que com ela interage.” (p. 87). Em consequência, o professor é, muito provavelmente, confrontado com uma grande multiplicidade de caminhos, o que embora constituindo um desafio pode, também, ajudar a corresponder ao ensejo de conceder uma maior atenção às questões da diversidade, em particular, quanto ao respeito pelos ritmos personalizados de aprendizagem.
Uma outra atribuição do professor, face ao descomunal mundo de informação que se encontra na WWW, é levar os alunos a desenvolver capacidades que lhes permitam navegar neste “labirinto virtual” sem perderem de vista aquilo que procuram (Marques, 1998). É fundamental que o professor se preocupe com aspectos tais como “o que procurar e seleccionar, como procurar e para que procurar” (Praia, 1998, p. 167) explicitando-os, igualmente, aos alunos. Adicionalmente, os alunos precisam desenvolver um espírito crítico e inquisitivo, uma vez que é necessário distinguir quais são as fontes credíveis, as que têm rigor e as que são relevantes.
Um dos aspectos mais inovadores da Internet, como meio de comunicação e informação, é permitir que os seus utilizadores assumam um duplo papel de consumidores e produtores de informação. A interactividade cria “um novo modelo de comunicação, com cidadãos activos e intervenientes, que interagem directamente com a fonte de informação e que são eles próprios fontes de informação.” (Marques, 1998, p. 87). Esta característica constitui, sem dúvida, um factor de grande motivação para os alunos e com enormes potencialidades em termos educativos. Por um lado, porque estimula um conjunto importante de aprendizagens pessoais, por outro, porque é um meio de promover o contacto entre alunos que se encontram em diferentes lugares geográficos, e muitas vezes, longínquos.
Como referimos anteriormente, é evidente que, para estar desperto e preparado para a complexidade das suas funções neste contexto de utilização das TIC, o futuro professor precisa, ele próprio, de possuir uma experiência significativa com estes meios. No entanto, ainda não dispomos de um conjunto razoável de estudos que evidenciem como é possível integrar com sucesso a formação no âmbito das TIC nos cursos existentes, nem tão pouco quais as repercussões dessa formação na prática dos professores (Pugalee e Robinson, 1998). No caso de professores em exercício, existe alguma evidência de que estes consideram que a Internet é um recurso com muitas potencialidades na educação e que vêem a construção de páginas pessoais electrónicas como uma actividade estimulante, significativa e produtiva, inclusivamente para outros professores que as consultem (Bordeaux et al., 1998; Pugalee e Robinson, 1998).

Educação e Tecnologia: uma aliança necessária

 
“Estamos diante de uma bela demonstração de que a modernização da educação é séria demais para ser tratada somente por técnicos. É um caminho interdisciplinar e a aliança da tecnologia com o humanismo é indispensável para criar uma real transformação. (...) Em síntese, só terá sentido a incorporação de tecnologia na educação como na escola, se forem mantidos os princípios universais que regem a busca do processo de humanização, característico caminho feito pelo homem até então”. (RENATO, Eduardo José. Informática e educação, 1997,05).

“A importância da reforma dos sistemas educativos é apontada pelas organizações internacionais como uma prioridade na preparação dos cidadãos para essa sociedade pós-moderna. Não é à toa que a introdução das novas tecnologias digitais na educação apresentou mudanças para a dinâmica social, cultural e tecnológica.”

Entendidas por especialistas e educadores como ferramentas essenciais e indispensáveis na era da comunicação, as novas tecnologias ganham espaço efetivo nas salas de aula. Computadores ligados à internet, software de criação de sites, televisão a cabo, sistema de rádio e jogos eletrônicos. Estas são algumas das possibilidades existentes e que podem ser aproveitadas no ambiente escolar como instrumentos facilitadores do aprendizado.
Entretanto, apesar de muitas escolas possuírem estas tecnologias, as mesmas não são utilizadas como deveriam, ficando muitas vezes trancadas em salas isoladas e longe do manuseio de alunos e professores. Existem, segundo estudos recentes, professores e escolas que não conseguem interligar estes instrumentos às atividades regulares. De acordo com o pedagogo Arnaud Soares de Lima Júnior, “o acesso às redes digitais de comunicação e informação é importante para o funcionamento e o desenvolvimento de qualquer instituição social, especialmente para a educação que lida diretamente com a formação humana”.
No entanto, ele ressalta que os modos de viver e de pensar a organização da vida estão em crise. Está em curso uma mudança qualitativa em virtude da rápida transmissão de informações entre as sociedades, rompendo com isso as barreiras geográficas dos países.
“Por isso, cabe à educação uma parcela de responsabilidade tanto na compreensão crítica do(s) significado(s) desta transformação, quanto na formação dos indivíduos e grupos sociais. Estes devem assumir com responsabilidade a condução social de tal virada, provocada, entre outros fatores, pela revolução nas dinâmicas sociais de comunicação e de processamento de informação”, analisa Arnaud.
Modernização - Neste cenário, a importância da reforma dos sistemas educativos é apontada pelas organizações internacionais como uma prioridade na preparação dos cidadãos para essa sociedade pós-moderna.
Não é à toa que a introdução das novas tecnologias digitais na educação apresentou mudanças para a dinâmica social, cultural e tecnológica. Modelos pedagógicos foram quebrados, tornando-se desatualizados frente aos novos meios de armazenamento e difusão da informação. Neste momento mudam também os conteúdos, os valores, as competências, as performances e as habilidades tidas socialmente como fundamentais para a formação humana.
Apesar de tentar responder a estas questões imediatas, muitos educadores salientam que a inserção, no contexto educacional, destas tecnologias ainda é encarada como uma articulação problemática.
“Esta parceria entre educação e tecnologia é muito difícil de ser efetivada. No que se refere às tecnologias digitais, principalmente, os professores têm dificuldades de interação. Eles já até admitem utilizar o computador e a internet para preparar as suas aulas, mas não conseguem ainda utilizar as mesmas nas suas atividades em sala de aula, como instrumento pedagógico”, observa a pedagoga Lynn Alves.
Para Lynn, o uso da tecnologia não deve se restringir a mera utilização ilustrativa ou instrumental da tecnologia na sala de aula. Exemplo disso, segundo a pedagoga são as aulas de informática de colégios particulares e públicos, que assumem apenas o papel de ensinar o uso dos programas.
“O jovem já sabe disso, ninguém precisa ensiná-lo. Por este motivo, estas aulas acabam se tornando um espaço de “desprazer”, porque os estudantes querem utilizar a tecnologia para criar, re-significar, construir e intercambiar saberes. Infelizmente, este potencial todo a escola ainda despreza”, frisa Lynn.

Fonte
http://silvia-informatica.blogspot.com/, acesso em 30/11/2011.


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